segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Preferência

Preferência
Wellington Trotta. 

A loura é bonita de amarelos
Cabelos com olho azuis.
A ruiva é bela de vermelhos
Cabelos com olhos amendoados.
A morena é linda de castanhos
Cabelos com olhos melados.
A negra é formosa de pretos
Cabelos de olhos ebâneos.

Mas a mulata é divina por ser  
Bonita, bela, linda e formosa.
Seu olhar é estuante sob o suor
Escaldante das tardes ensolaradas.
Sua boca tem o toque velutíneo
Das manhas brisentas.
Sua pele tem o tempero natural
Mestiço das noites enluaradas.

Se sou um indivíduo e não um ser social,
Tenho escolhas arbitrárias sem explicações.
Se sou um ser social e não um indivíduo,
Minhas escolhas são instruídas socialmente.
Como sou um sujeito historicamente
Dado, sou a construção dessas categorias.
Prefiro a maciez da mulata, com licença:
Seu amor venenoso é mágico-determinante.

413 × 322 - Mulatas e Flor óleo sobe tela - 111 x 143 -
Paris, 1964 - Di Cavalcanti



3 comentários:

Anônimo disse...

O poema tem uma levada boa, e é muito bonita a forma como descreves os vários tipos de mulheres.

Beijo.

kellyvictorino disse...

ISTO É UM PRESENTE.
MUITO BOM!!!

Unknown disse...

Estamos em total desvantagem aos que são superiores à nós ...seja lá qual seja a forma... Preferências precisam ser respeitadas,parabéns ao bom gosto do poeta,a mulata realmente é divina.