quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Infinito

Infinito


Wellington Trotta

O que é o infinito? Uma abstração?
Ou uma metáfora que resolve o limitado destino
humano circunscrito no espaço?
O que é o infinito? Um ilimitado, ou quem sabe
um sentido de vazio flutuando no tempo
indeterminadamente como ser-aí?
O que é o infinito? Uma especulação,
atividade necessitante do intelecto?
Ou o infinito é uma condição de
paixão...
... razão...
... emoção...
... percepção...
... inquietação?

O infinito é uma invenção do intelecto
para perpetuar os desejos no quando,
enquanto a eternidade é poética.
lembrança desejante no tempo.
Se na vida só existem instantes,
não havendo dias, horas ou minutos,
mas somente segundos,
esses segundos devem ser vividos
eternamente no prazer envolvido,
mesmo que acabe seguidamente.
O infinito é profunda subjetividade,
puro pensar como imenso desejo
num perder sem fim.
Infinito é o parar no tempo sem gravidade,
volitando em vórtices de emoções
como ecos da paixão.

Se o infinito é subjetividade como condição,
sinto minha infinitude imóvel, extensa-permanência
tomada pela imagem do nada.
O meu infinito é a subordinação
de pensar sem perceber o espaço
na eterna temporalidade da memória.
Por isso o infinito é a melodia do incessantemente.


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