sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Poesia: alma infinita

Poesia: alma infinita
Wellington Trotta
A poesia é alma que baila sobre a vida infinita,
que necessita de forma para ser precisa,
e ser exata é uma medida quanti-qualitativa
que se materializa em sonhos, gestos, palavras,
sorrisos e um entregar-se sem medida.

A poesia é sempre um sentimento extremo, radical,
eternamente como o olhar de uma mulher apaixonada:
esconde o sentimento, mas não consegue viver fora dele.
Um poema é um ato de celebração da poesia,
a encarnação dos desejos contidos no limite da pele.

A poesia necessita de transpiração intensamente viva,
já que o poeta é um delirante de inspiração,
pois vive sufocado pelo que vê, sente, pensa e toca.
Um poeta, sadiamente se enche de doença da alma,
por isso é perseguido pelas imagens de sua existência.

Um poeta é sempre lúcido em seus devaneios;
profeta: antecede o real no ideal de seu hálito,
captando a essencialidade de tudo que o cerca,
e como está sempre cercado de tudo,
seleciona,  apaixonadamente, pela força da inspiração.

Se a poesia é abstrata e o poeta sua ligação com o mundo,
o poema é a  concretude do espiritual solto no ar.
Se a poesia é beleza intocável, o poema é o som do belo,
entoando hinos ofegantes a musa,
certa da inspiração-transpirante de pensamentos.

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