sábado, 25 de dezembro de 2010

Despercebidamente

Despercebidamente
Wellington Trotta. 
Nunca se pensou amar tanto
Quando se viu tão desesperado,
Nunca se duvidou como antes,
Na imagem de um beijo perdido.
Se todo sonho é uma espuma de esperanças,
Um nevoeiro de possibilidades densas,
Um trovejar de tensões camufladas,
Destinos feitos e desfeitos em movimento:
Todo sonho acaba sendo esperança que dorme hoje,
Acorda amanhã para depois caminhar.
Ontem foi apenas um instante no tempo.
Nunca um desejo foi somente um desejo
Que não pudesse ser vivido e ter morrido,
Nunca uma vontade foi apenas sentida,
E, finalmente, finda pela inteligência do instinto.
Como os sonhos são apenas intenções
Expressas sob formas imaginativas, poeticamente,
Cada dia é uma noite que dorme calma
Em meio ao quotidiano, despercebidamente.
E o sonho foi desfeito, lentamente, em ondas
Através de fios que nos separam pela tecnologia,
Em que sua voz esqueceu-se de falar.
Nunca um desejo foi tão ardente como esse sonho.

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